Está aberta oficialmente a nova coluna desse blog!
O Estado Canino foi o que eu chamei de rascunho piloto pra esse nova frente e vale a pena ser lido pois o de hoje é parecido, porém sob perspectiva diferente. No piloto, para você preguiçoso que não quis ler, usa da animalização para retratar um tipo de relacionamento. Aquele do seu amigo(a), primo(a) ou seu. A incessante tentativa da conquista pelo entretenimento.
É um tipo de relacionamento complicado. Sabemos quando não somos aceitos e fica evidente. Acontece que o outro, visto que é a visão dele agora, não quer deixar claro. Teme a nitidez. Chamar o outro de adestrador cai bem. O adestrador gosta de brincar de amanhã e o hoje não faz sentido. O pobre cão quer resultados, busca bolinha ou graveto e vive o presente. Há aí uma incongruência.
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Haverá um ponto de inflexão. |
O adestrador nunca está preparado. Gosta também de pensar, mexer com lógica em algo nada exato. Será que ele não percebeu que precisa se envolver pois a bolinha não é lançada sozinha? Ele acaba como gargalo da relação e sabe disso. A única ação que faz é usar seus truques para satisfazer momentaneamente o animal. É como é sábio.
Na prática, rola aquela história de que quando um não quer, dois não vão. É por aí. Mas e aí, esses estados têm solução? Todos já brincamos de adestrar alguém. Alimentar um contato com palavras vazias e cultivá-lo pra vida é melhor do que descartá-lo. É a nossa insegurança nos dizendo que podemos sim ficar sem nada. Somos na verdade vulneráveis.
Jogos sadios são jogos sadios. Enquanto os objetivos estão em congruência não há problemas nenhum. Cultivar a incongruência que não é legal, tanto pro cachorro. O cão sabe que não está dando certo, mas persiste e se esforça com novos truques. As amizades ajudam a desembaçar a vista do animal, pois por si só não é capaz. Quando o outro nota que seu contato está deslizando de suas mãos, ele volta a brincar. É esse o ciclo.
Já vi cachorros saírem felizes desse ciclos pois foram profissionais e conseguiram tirar o adestrador do estado de latência, e trouxeram o amanhã para o hoje. A maioria tenta para de brincar. Parte consegue e atinge outros estados, outra parte saí parcialmente, no fundo vê no amanhã a solução dos seus problemas, assim como o outro de quem estava correndo.
O sentir é momentâneo, forte e impulsivo. O pensar é o atalho para o amanhã! O pensar vem primeiro, a etapa final é o sentir. Inverter a ordem, adestrador, não é bom. Sentir antes e depois pensar, é um movimento progressivo e retardado!
Ps: A difícil decisão de parar de jogar foi apresentada em Soprando Fitas.
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