domingo, 30 de junho de 2013

Dualidade sonora

Fulano anda muito música hoje.

Se existe uma força transformadora de atmosferas, ela poderia ter sua origem na música. Impressionado fico quando escuto músicas instrumentais e a capacidade que chegam a ser tocantes. Aliás, música é uma palavra ótima para definir pessoas.

Everyday I'm Sufflin'
Já tive a oportunidade de viver de hotel, acompanhado de música. Era ela, a principal transformadora dos meus poucos metros quadrados. Não existe vida mais linear do que em um hotel.

Ah, se eu tivesse o dom de compor minha próprias melodias e que tocassem automaticamente em minha cachola quando quisesse, os dias seriam mais compassados. Trilha sonora preenche espaços vazios, sai da tela e chega até você, não é atoa que é motivo de premiações, leva em cada segundo, uma tonelada de vibrações mecânicas na forma de emoção. Dá cor, tom e sabor.

É capaz de encher o ambiente e nos apertar, assim como pode também ressaltar a solidão. Pra quem escreve é batata, pros que equacionam então, porrete! Músicas instrumentais são ordenadas, e orientam o raciocínio. Diversos estudos apontam melhoria na concentração devido a emissão de ondas gama, um rolo só que não tenho tanta propriedade para relatar, mas enfim, são estudos. Elas parecem que nos dão o tempo certo e atraem os raciocínios. Sons de ressaca.

Dentre as milhares de coisas que não consigo entender nesse universo, a capacidade de alguém criar essas melodias é uma. Ou melhor, transportar o que for preciso através da música. Deve ser intrigante a rotina de um compositor de trilha sonora. Sentado em sua sala de instrumentos, assiste a cena e lhe tem o desafio de lhe dar o som. Muda, somente com falas, parece que falta o meio de fluir as emoções, assim não chegando ao receptor. Aquele papinho chato de meios de transmissão de conteúdo do seu telecurso língua portuguesa.

Como mesmo tão alta pode nos silenciar tanto? É um estímulo externo que cria o fluxo inverso de emoções. A dualidade na forma de som, e vice versa.

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